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.Meus Capitães.

Tivemos um reencontro. Eu e os Capitães da Areia. Pedro Bala, Volta Seca, Professor, Gato, Boa-Vida, Sem-Pernas, João Grande e Dora. Que saudade eu estava de Dora… A publicação da capa acima era do meu pai. Ficava na segunda fila do armário de livros, escondidos pelas edições de medicina, daquelas enormes, com capa dura e letras douradas. Roçava as páginas em títulos cabreiros sobre tortura, socialismo, luta estudantil. Mas tinha aquele moço de terno branco na capa, uma menina de vestido vermelho, um barquinho, alguma coisa que não combinava com o resto (levou pouco tempo para descobrir que estava cercado de bons companheiros) . Meio que para salvar aqueles garotos, eu arranquei um livro dali pela primeira vez e nunca mais parei. Capitães da Areia não foi, nem de longe, o meu livro favorito, mas foi o livro que me fez gostar de ler. Aquele primeiro, que não constava em lista de material, que não ia cair na prova, que não precisava de resumo em folha de papel almaço, que eu passei os olhos sem reparar …

.um livro e um alívio.

Vira e mexe os amigos próximos pedem dicas de livros para ler durante as férias. Nos últimos anos, tenho feito listinhas aqui no blog, mas para engatar 2011 a dica é filha única porque o livro não sai da minha cabeça, nem da minha cabeceira: Anote aí: “Só Garotos”, da Patti Smith. As lembranças escritas por Patti – e que lhe renderam o National Book Award na categoria não-ficção – foram minhas companheiras durante uma semana no começo de dezembro de 2010. A leitura poderia ter sido ainda mais rápida, mas quanto mais me perdia na história, mais desacelerava o fôlego para não deixar aquele ambiente por onde circulavam Jimi Hendrix, Janis Joplin, Allen Ginsberg, Bob Dylan, Gregory Corso, Wiliam Burroughs e tantos outros.  Para não deixar os corredores do Hotel Chelsea, o El Quixote, o Max`s, ou o CBGB. Porém, acima de tudo, porque eu sabia exatamente como terminava a história de amor entre Patti e o fotógrafo Robert Mapplethorpe, que naquela época ainda era apenas um charmoso garoto de cabelos cacheados que ela …

Kaos – unplugged – final de semana 1

Final de semana 1 Troquei Luciano Huck e Faustão por Billy Wilder e Mario Vargas Llosa. (Será que preciso continuar esse post?) Bom…Vamos lá… Na pilha de livros que voltou a crescer na cabeceira da minha cama, entram “Billy Wilder e o Resto e Loucura”, a biografia do roteirista e diretor austríaco, escrita por Hellmuth Karasek, e o romance “A Casa Verde”. Ambos os livros haviam sido abandonados por mim em momentos tumultuados da vida, então resolvi recomeçar a leitura. O primeiro, recomendo desde já. É tão saboroso que em dois dias já li 190 das 595 páginas. Minha sugestão é que antes de começar, você confira os filmes de Wilder. Talvez você esteja muito ocupado com a Dança dos Famosos no Faustão, então, para começar, veja pelos menos “Quanto mais quente Melhor”, “Crepúsculo dos Deuses” e “O Pecado Mora ao Lado”. No Vargas Llosa, ainda caminho lentamente em direção a tal da casa. Mas com ele é sempre assim, demoro a me ambientar, ainda mais quando a história se passa no Peru, mas depois …

Kaos – unplugged – noite 2

Noite 2 Quando tive a idéia de cortar TV, telefone e internet em casa e começar esse projeto, eu esqueci de uma coisa: House. Eu sou viciada na série e hoje era dia de deitar no sofá com cobertor e conferir as ironias finas do Dr. mais irritante da tv. Mas, tive que conter a dor no fígado e amargar a solidão da minha curiosidade. Amanhã vou pedir o dvd gravado da minha irmã médica, ufa. O problema de hoje é: quarta tem jogo do Timão. Vou ter que arrumar um lugar pra ver. Meu chefe não gostou muito da minha idéia de desconectar, ele acha que vou ficar ainda mais tempo na redação. Eu acho que ele está enganado, porque uma das idéias é trabalhar menos, mas confesso que estou com medo da época do fechamento, vamos ver no que vai dar. Depois do trabalho, sem pressa de voltar pro silêncio da minha casa, passei na Livraria Cultura e comprei um livro que estava namorando faz tempo: Ainda não comecei a ler, mas dei …